o ritmo — Gonçalo M. Tavares
De qualquer modo dança.
De qualquer modo sente.
De qualquer modo o corpo contém o dia.
De qualquer modo as cores e o Músculo.
De qualquer modo o coração.
De qualquer modo sempre no Fundo a Memória.
Mas de qualquer modo sem TEORIAS.
De qualquer modo com a teoria da poética que não
existir teoria e só existir poética.
De qualquer modo a ciência atrapalha 1 pouco mas não
totalmente.
De qualquer modo Curiosidade.
De qualquer modo colecionar montanhas.
De qualquer modo acabar quando o ritmo exige que se
continue o ritmo exige coisas a que não devemos aceitar
obedecer ser escravos.
Referência:
TAVARES, Gonçalo M., Livro da Dança, Lisboa: Assírio e Alvim, 2001